terça-feira, 18 de junho de 2024

Urzah - The Scorching Gaze (2024)

São uma estreia aqui no Espelho Distópico até porque a sua estreia absoluta em termos de álbuns de originais só aconteceu no passado mês de Maio através de ‘The Scorching Gaze’, falo dos Britânicos Urzah. Com uma clara aposta numa mescla naturalmente estável entre Post-Metal/Sludge e Progressivo, o quarteto oriundo de Bristol saiu do anonimato com o ambicioso objectivo de conquistar o seu espaço num subgénero que tem “engordado” bastante nos últimos anos. Sem uma declarada meta de ofuscar outras bandas com quem partilham grande parte da sua sonoridade (Dvne, Gloson, Sorxe ou The Ditch And The Delta) só para mencionar algumas, mas sim com o desejo de fazer prevalecer o seu talento, criatividade e capacidade técnica. ‘The Scorching Gaze’ agrega uma interessante e coesa amplitude de influências que vão desde o Doom ao Sludge e não de uma forma alternada mas sim com uma dinâmica de interligação tão forte que elas se tornam quase indistinguíveis. Aos riffs com a vincada marca do Progressivo e do Sludge muito ao estilo dos primeiros álbuns dos icónicos Mastodon ou dos prodigiosos The Ocean, incorpora-se uma atmosfera inóspita e desafiante embriagada de Post-Metal austero e cruel. O destaque vai precisamente para os temas que iniciam e encerram ‘The Scorching Gaze’, ‘I, Empyriam’ e ‘Thera II: Embers Of Descent’. 

8/10 

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sábado, 15 de junho de 2024

Vredehammer - God Slayer (2024)

Os Noruegueses Vredehammer parecem decididos em manter a habitual cadência de quatro anos entre álbuns pois eles estão de regresso com ‘God Slayer’ precisamente quatro anos depois de ‘Viperous’. Os Vredehammer, que estão agora reduzidos ao seu fundador Per Valla após várias saídas da banda, nem por isso ficaram com menos pujança ou menos ambição. Aliás a primeira impressão de ‘God Slayer’ é precisamente essa, a de uns Vredehammer enérgicos e contundentes com a sua bem esculpida fórmula agregando Black Metal, Death Metal e até algum Thrash Metal (tal como os seus conterrâneos Susperia ou The Wretched End), acoplando potência e técnica a uma dinâmica muito própria do Metal “made in” Escandinávia. ‘God Slayer’ exibe vertigem e lucidez, perícia e tenacidade, fulgor e centrifugação. Riffs simultaneamente titânicos e aditivos estimulam e de que maneira todo um potencial de virtuosismo e obliteração facilmente perceptível em temas como ‘The Joker’, ‘The Dragons Burn’, ‘Blood Of Wolves’ ou ‘Obliterator’. Um último destaque para o tímido mas reconhecível uso do Electrónico em alguns temas ainda que de forma menos acentuada do que em ‘Viperous’. 

8/10 

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quarta-feira, 12 de junho de 2024

Hippotraktor - Stasis (2024)

Não só partilham membros com os seus conterrâneos Psychonaut como também partilham uma invejável qualidade musical, falo dos Belgas Hippotraktor que estão de volta com o tão aguardado sucessor de ‘Meridian’ intitulado ‘Stasis’. Passaram três anos desde a auspiciosa estreia com ‘Meridian’, três anos em que as espectativas foram engordando a um ritmo lento mas constante, espectativas que podiam facilmente ser goradas porque os Hippotraktor puseram uma fasquia altíssima logo no seu primeiro álbum de originais. Todavia ‘Stasis’ não é apenas uma mera confirmação do inegável talento e criatividade do quinteto Belga, ‘Stasis’ apresenta um nível de qualidade tão ou mais alto do que o seu antecessor. Um verdadeiro manancial de vigorosos, orgânicos e apaixonantes riffs distribuídos de forma ponderada pelos sete temas que compõem o álbum elevando mais uma vez a mistura de Progressivo/Post-Metal aqui e ali temperada por ligeiras projecções de Djent. A trilogia ‘Renegade’, ‘The Indifferent Human Eye’ e o tema título ‘Stasis’ mostra toda a capacidade inventiva da banda com especial destaque para uma atmosfera expansiva que vai agregando transcendência e emotividade. 

8.5/10

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