7.5/10
sábado, 29 de março de 2025
Bleed From Within - Zenith (2025)
sexta-feira, 21 de março de 2025
This Gift Is A Curse – Heir (2025)
É uma das mais entusiasmantes bandas da actualidade no panorama da música mais pesada, falo do quinteto Sueco This Gift Is A Curse a propósito do lançamento do seu quarto álbum de originais ‘Heir’. Se 'A Throne Of Ash’ foi inequivocamente dos melhores álbuns de 2019 o que dizer deste ‘Heir’ seis anos depois?! Os This Gift Is A Curse definitivamente não deixam os seus créditos cair em mãos alheias, ‘Heir’ teve a fermentar durante meia década mas o resultado supera todas a espectativas. ‘Heir’ carrega uma aura com uma identidade muito própria onde o Black Metal tem cada vez mais destaque em detrimento do Sludge e do Hardcore (ou se preferirem, da inventiva designação Sludgecore). Em contraponto com o ambiente cósmico e dissonante de temas como ‘Cosmic Voice’ e ‘Old Space’ onde os This Gift Is A Curse mostram uma nova e inesperada tendência para fazerem sobressair a sua vertente atmosférica temos verdadeiros dínamos de violência, fúria divina e intensidade mística como as inquietantes e formidáveis ‘Kingdom’, ‘Death Maker’ ou ‘Ascension’. Mesmo com a saída do seu baterista e fundador Johan Nordlund em (2021) os This Gift Is A Curse mostraram a sua impermeabilidade e solidez forjando um álbum que os catapulta para um invejável nível de autenticidade, dinamismo e vitalidade.
9/10
domingo, 16 de março de 2025
Scour - Gold (2025)
O que é Derek Engemann (Cattle Decapitation), John Jarvis (Pig Destroyer), Mark Kloeppel (Misery Index) e Adam Jarvis (Pig Destroyer, Misery Index) têm em comum? Todos eles fazem parte do novíssimo projecto do icónico vocalista Phil Anselmo Scour, o muito antecipado álbum de estreia simplesmente intitulado ‘Gold’ saiu no passado dia 21 de Fevereiro. Não é novo o fascínio de Anselmo pelo Black Metal e desta vez teve a liberdade de encabeçar um projecto deliberadamente direccionando para o infame subgénero. Os ‘entendidos’ vão proclamar que ‘Gold’ não é um álbum de Black Metal, até a duração das faixas parece sustentar essa tesse, todavia na minha opinião o Black Metal está bem presente, um Black Metal cru, vertiginoso, audaz e neurótico apesar das inegáveis influências do Grindcore e do Death Metal, se me disserem que os Scour são uma espécie de irmão bastardo (Norte-Americano) dos Anaal Nathrakh eu tendo a concordar. ’Gold’ certamente que é não uma estreia revolucionária ou fora da caixa contudo é sustentado por um punhado de temas pujantes e marcantes tais como ‘Cross’, ‘Infusorium’, ‘Hell’ ou ‘Invoke’, temas que têm o potencial de manter a tal paixão de Phil Anselmo pelo Black Metal bem viva.
7.5/10
quarta-feira, 5 de março de 2025
The Zone of Interest (2023)
Foi coleccionando prémios em vários festivais com o destaque a ir para a cobiçada palma de ouro em Cannes até chegar ao mais que espectável Óscar de melhor filme estrangeiro, falo como já se percebeu de ‘The Zone of Interest’. ‘The Zone of Interest’ passa-se no verão de 1943 numa Polónia ocupada pelas forças Nazis e centra-se na vida quotidiana do casal Höss (Hedwig e Rudolf), a este casal é-lhes atribuída uma verdadeira mansão contudo esta oferta vem com um senão, a mansão situa-se paredes meias com o celebre campo de concentração de Auschwitz. Enquanto Rudolf se concentra no seu cargo nas SS em Auschwitz Hedwig vai moldando o vasto terreno disponível a seu belo prazer conseguindo erguer um fantástico jardim, uma piscina e uma considerável horta. ‘The Zone of Interest’ vale essencialmente pela dicotomia entre as duas realidades, se de um lado vemos uma família com uma vida tranquila e feliz do outro lado do murro decorre um dos maiores massacres da história da humanidade e o filme consegue transmitir este contexto de uma forma interessante já que não se vê nenhuma imagem do campo de concentração (apenas se vai vendo fumo negro das incenerações), mas vão-se ouvido tiros e gritos durante todo o filme. A ideia de ‘The Zone of Interest’ é de facto original e interessante o grande handicap do filme é que o seu argumento pura e simplesmente é inexistente, a história do filme não é mais do que o dia-a-dia de uma família de classe média alta da década de 40. Destaque para a participação de Sandra Hüller no papel de Hedwig Höss ela que brilhou em ‘Anatomie d'une chute’.
6/10