quinta-feira, 31 de julho de 2025

The Young Gods - Appear Disappear (2025)

Bernard Trontin, Franz Treichler e Cesare Pizzi, formam o trio sobejamente conhecido como The Young Gods e celebram precisamente este ano os seus quarenta anos de carreira, uma marca assinável comemorada com o seu décimo primeiro álbum de originais ‘Appear Disappear’. Já com duas datas anunciadas para o nosso país, 24 de Outubro no Hard Club (Porto) e 25 de Outubro no LAV em Lisboa os Helvéticos The Young Gods estão de regresso seis anos depois de ‘Data Mirage Tangram’ com ‘Appear Disappear’. Por certo não serão precisas muitas audições para se perceber que estamos perante um dos grandes álbuns de 2025. Menos ambiental e atmosférico que o seu sucessor ‘Appear Disappear’ recupera a criativa, orgânica e fluida fusão de autor entre Rock Experimental e Electrónico com que The Young Gods cativaram audiências em álbuns como ‘Only Heaven’ ‘T.V. Sky’ ou ‘Super Ready/Fragmenté’. Enérgico, pulsante e aditivo, ‘Appear Disappear’ apresenta uma incrível solidez em praticamente todos os temas sendo talvez até injusto destacar algum todavia posso enunciar ‘Blackwater’, ‘Hey Amour’, ‘Tu en ami du temps’ e o single ‘Systemized’ para além do tema título como faixas bem representativas da magistral inspiração deste formidável trio Suíço. Uma última nota para a excelência da produção do álbum, outro âmbito em que os The Young Gods dificilmente desiludem. 

8.5/10 

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domingo, 27 de julho de 2025

Gaahls Wyrd - Braiding The Stories (2025)

Depois de mais de uma década a liderar os Noruegueses Gorgoroth, Kristian Eivind Espedal mais conhecido como Gaahl decide dar por terminada a sua participação na banda e fundar os “seus” Gaahls Wyrd. Tal como o seu conterrâneo Ihsahn no seu projecto do mesmo nome Gaahl beneficia de uma liberdade criativa nos Gaahls Wyrd que não tinha tido até aí. Depois um álbum de estreia bastante sólido (‘GastiR - Ghosts Invited’) e um EP (‘The Humming Mountain’) em 2021 os Gaahls Wyrd estão de regresso com ‘Braiding The Stories’. ‘Braiding The Stories’ caracteriza-se essencialmente por reunir de forma astuta e equilibrada todas as variações e mutações que a banda nos apresentou nos seus dois primeiros trabalhos. Se por um lado ouvimos o tema título do álbum onde se destaca uma forte vertente melódica da qual a banda não abdica, neste caso sinónimo de um Post-Black Metal traçado com Doom por outro ouvimos uma faixa como a magnifica ‘Time And Timeless Timeline’ e identificamos imediatamente semelhanças com ‘The Cotton Optic’ dos Britâncicos Code ou ‘Fluency’ dos seus conterrâneos Dodheimsgard, uma toada revivalista de uma espécie de Black Metal “de garagem” embora com uma produção consentânea com os tempos actuais. As semelhanças com os Dodheimsgard não se ficam por aqui, o tema quer encerra ‘Braiding The Stories’ ‘Flowing Starlight’ poderia muito bem pertencer a ‘Black Medium Current  a última deriva dos seus compatriotas, também ele regrado por um ambiente dominado pelo Black Metal Avant-garde. ‘Braiding The Stories’ vale essencialmente por uma reconhecida diversidade alicerçada no detalhe criativo visível nas várias “camadas” do álbum.

7.5/10

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quarta-feira, 23 de julho de 2025

Dephosphorus - Planetoktonos (2025)

Cinco anos depois do sublime ‘Sublimation’ (o trocadilho óbvio), os Helénicos Dephosphorus estão de regresso com o seu quinto álbum de originais ‘Planetoktonos’. O fascínio da banda por temas de ficção científica continua a ser o mote em termos líricos, numa tradução pouco convencional ‘Planetoktonos’ significa o destruidor de planetas ou “planet killer” se preferirem. Assumidamente inspirado pela versão literária do clássico se Sci-fi ‘The Expanse’ escrito por James S. A. CoreyPlanetoktonos’ perpetua o inesgotável interesse do quarteto por estas temáticas. Musicalmente ‘Planetoktonos’ não apresenta grandes derivações das sonoridades com que os Dephosphorus nos têm oferecido até agora, um bizarro e heterógeno composto onde se destacam o Black Metal, o Death Metal e o Grindcore. Eu diria que se nota uma tímida influência do Groove em certos temas de álbum, talvez seja mesmo essa a maior diferença em comparação com o seu antecessor. A banda continua também a mostrar uma incrível naturalidade para alterar vertigem com trechos mais compassados misturando os já referidos subgéneros de uma forma altamente imprevisível e original.  

8/10 

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sexta-feira, 18 de julho de 2025

Dawn Of Ashes - Infecting The Scars (2025)

Corria o ano de 2022 quando os Norte-Americanos Dawn Of Ashes anunciavam a trilogia ‘Scars’, uma trilogia que encerra precisamente com este ‘Infecting The Scars’. Confesso que não ouvi os dois primeiros álbuns da trilogia ‘Scars Of The Broken’ e ‘Reopening The Scars’, contudo fica aqui a promessa para uma completa dissertação de ambos tão breve quanto possível. Os auto proclamados regressos às origens raramente têm resultados satisfatórios todavia no caso especifico dos Dawn Of Ashes este retorno às suas sonoridades primordiais têm tido um efeito bastante benéfico e entusiasmante no actual momento da banda. Depois de uma década perdida em sonoridades que mais pareciam uma cópia genérica dos Britânicos Cradle Of Filth os Dawn Of Ashes regressaram à sua zona de conforto e cinco álbuns volvidos continuam a mostra-se numa excelente forma em ‘Infecting The Scars’. Aggrotech pautado por ritmos EBM/Industrial e um ambiente que vai deambulando entre a melancolia o horror e o Gore. Um destaque para o tema titulo e para ‘Outro - Existential Despair’, um tema carregado de tristeza e angustia envolto numa atmosfera pautada por uma espécie de depressão estelar (perfeito para encerrar o álbum). Ainda que a faixa mais efusiva e marcante de ‘Infecting The Scars’ seja sem dúvida ‘Bone Saw’, uma bombástica malha de Aggrotech daquelas que dá vontade de por em repeat mode, simplesmente do melhor que os Dawn Of Ashes já nos ofereceram. 

7.5/10 

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terça-feira, 15 de julho de 2025

Telos - What They Built [EP] 2025

 

 

Os Dinamarqueses aparentemente estão carregados de fúria e preparados para a descarregar sem apelo nem agrado que o digam bandas como os LLNN, Hexis ou Telos. Depois do formidável ‘Delude’ em 2023 o quinteto Dinamarquês Telos está de regresso com o EPWhat they Built’. Composto por apenas quarto temas podemos dizer que ‘What they Built’ é uma espécie de super concentrado de violência, caos, ruido e dissonância. Combinando uma enérgica e híper agressiva combustão de Sludge Metal, Mathcore e Blackened Hardcore os Telos fazem de temas como ‘Harmful Perception’ ou ‘No Longer Here’ impiedosos e arietes de obliteração. Apesar de não apresentar o mesmo nível de excelência de ‘Delude’ ‘What they Built’ continua a mostrar uns Telos consistentes, intrépidos e determinados, um interessante aperitivo antes do bastante aguardado terceiro álbum da banda. 

 7.5/10

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