sábado, 19 de março de 2016

Spektr - The Art To Disappear (2016)



Definitivamente isto enquadra-se no “meu tipo de som”, a banda chama-se Spektr e o álbum “The Art To Disappear”, quando leio Industrial e Experimental na mesma frase não resisto a ouvir pelo menos uma vez. “The Art To Disappear” tem tudo o que um grande álbum deve ter desde logo uma atmosfera suja e urbana a cair na essência do Black Metal moderno deste século, riffs verdadeiramente demoníacos entrançados com a distorção industrial e um experimentalismo a fazer lembrar os geniais Thorns. Apenas umas vozes soltas de quando em vez a dar um toque ainda mais experimentalista fazem de “The Art To Disappear” a primeira excelente surpresa de 2016. Quem tem os ouvidos já bem “treinados” e não resiste a música que privilegia a originalidade não pode perder este álbum. A França cada vez mais a estabelecer-se como um bastião da música mais extrema na Europa.
    
8.5/10

Abbath - Abbath (2016)



De volta à música, 2016 começa logo com um álbum bastante aguardado, nada mais, nada menos do que o álbum de estreia de Abbath com o mesmo nome. Abbath foi o vocalista e fundador dos míticos Immortal, mas com o segundo término da banda (parece definitivo desta vez) tomou a decisão de formar outra banda com o seu próprio nome. Não sendo um álbum de génio nem que traga nenhum factor decisivo de originalidade ao Black Metal, é um álbum bastante consistente e em que musicas como o primeiro single “Winterbane” ou “Count The Dead” facilmente nos prendem a atenção. Abbath apresenta-nos um Black Metal assim em versão light como se tivesse passado por um filtro de Rock bem na onda de “Fuel For Hatred” dos lendários Satyricon, mas na versão Immortal. Em suma um álbum de qualidade mas que não deslumbra.

7/10

Creed (2015)



Antes de “abandonar” o tópico de cinema durante uns tempos ficamos com este “Creed”, para quem se lembra de Apollo Creed do longínquo Rocky I, sim tem mesmo a ver com isso…desta vez é o filho de Apollo que é o protagonista. Já nem consigo classificar a completa exploração que tem sido feita ao longo dos tempos sobre a história de Rocky qual galinha dos ovos de ouro. O filme é questão até nem é assim tão medíocre, não é esse o caso, o problema é a latente falta de originalidade de argumentos cinematográficos que paira já deste há uns tempos em Hollywood, com tendência a agravar-se e já aqui repetidamente exposta. Ainda há a completamente despropositada nomeação de Stallone para melhor actor secundário em tons de agradecimento pelos milhões que garantiu em “blockbusters” para os vários estúdios de Hollywood ao longo dos anos. O factor positivo são os cenários bastante “old school” das academias de boxe em Philandelphia.

5/10   

quarta-feira, 9 de março de 2016

Os Óscares



Espero que se torne óbvio para toda a gente depois deste post que não é nada mas mesmo nada inocente a “chuva” de posts sobre cinema aqui no “Espelho Distópico” nos últimos tempos, pois faz hoje precisamente uma semana e um dia que se realizou mais uma cerimónia da entrega dos Óscares de Hollywood que já vai na edição 88. Com o máximo de sinceridade digo desde já que muita pena minha não consegui acompanhar a cerimónia até ao final como é hábito e que não me vou prenunciar sobre os óscares de documentários; animação; bandas sonora/musica e filmes estrangeiros pois ainda não vi quase nada nestas categorias (não costumo comentar o que não conheço também não vai ser desta vez).

Nos Óscares vulgarmente descritos como técnicos houve um verdadeiro assalto de Mad Max:Fury Road a conseguir nada mais, nada menos do que 6 Óscares e logo no início da noite ficava patente que já mais nenhum filme iria chegar a este número de estatuetas. Melhor guarda-roupa; melhor edição; melhor edição de som; melhor maquilhagem; melhor direcção artística e melhor mistura de som foram os Óscares arrebatados por Mad Max: Fury Road só ficando a faltar o Óscar de melhores efeitos visuais entregue com alguma surpresa a Ex Machina e o de melhor Cinematografia que seria o Primeiro Óscar da noite para The Revenant (o único filme com mais nomeações do que Mad Max: Fury Road) nas categorias técnicas.

                Nos Óscares dos argumentos (original e adaptado) não houve surpresas, acho que foram entregues com toda a justiça a Spotlight (original) e The Big Short (adaptado) curiosamente os dois filmes que mais gostei de 2015.

                E nas categorias de interpretação, que até tiveram direito a boicote e tudo devido à ausência de actores/actrizes Afro-Americanos entre os nomeados, para mim a grande injustiça da noite na atribuição do Óscar de melhor actor secundário a Mark Rylance em Bridge Of Spies quando no meu ponto de vista foi claríssimo que a interpretação de Mark Ruffalo em Spotlight era de entre os nomeados a que merecia a estatueta. No prémio para melhor actriz secundária a vitória de Alicia Vikander (The Danish Girl) pode-se considerar justa mas era igualmente justa se fosse atribuída a Jennifer Jason Leigh (The Hateful Eight) na minha opinião. Nos papéis principais se o de melhor actriz principal parece-me unanime na escolha de Brie Larson em Room o de melhor actor principal era sem dúvida o momento mais aguardado da noite…toda mas toda a gente queria saber se era desta que DiCaprio levava a tão desejada estatueta para casa pelo seu papel em The Revenant e foi mesmo. É na minha opinião demasiado óbvio que Leonardo DiCaprio nunca vai ser um actor de topo que foi facilmente “batido” mesmo nesta edição dos Óscares pelo papel de Eddie Redmayne (The Danish Girl) no entanto a academia nunca iria atribuir 2 Óscares consecutivos ao mesmo actor (penso que seria até inédito). E para os grandes defensores que Leonardo DiCaprio já merecia um Óscar há algum tempo espero que alarguem esse sentimento de injustiça a Edward Norton, Jonnhy Deep ou Brad Pitt só para citar alguns actores com mais talento que DiCaprio.

                Nas duas principais categorias (melhor realizador e melhor filme) o destaque vai para Alejandro G. Iñárritu com The Revenant a arrecadar o seu segundo Óscar consecutivo na categoria de melhor realizador e a apresentar-se mais uma vez como um dos maiores talentos de Hollywood nesta área. O prémio de melhor de filme recaiu sobre Spotlight e com justiça, embora eu pessoalmente tenha gostado ainda um pouco mais de The Big Short.






terça-feira, 8 de março de 2016

The Danish Girl (2015)



E ainda mais um filme biográfico. “The Danish Girl” é um drama sobre a vida de Lili Elbe/Einar Wegener um dos primeiros transexuais conhecidos com todas as consequências que dai advêm. Baseado no aclamado romance de David Ebershoff com o mesmo nome, “The Danish Girl” é um filme que não deixa ninguém indiferente, demasiado dramático para alguns ou perfeito para outros. As prestações de Eddie Redmayne e Alicia Vikander nos papéis principal e secundário são de facto soberbas e só por si já valem o visionamento do filme, valeram aliás as nomeações para os respectivos óscares aos dois. Em conclusão quem se interessa pelo tema da transexualidade não pode perder este filme e mesmo para quem não se interessa mas aprecia um bom romance vale a pena ver. Talvez seja uma excepção mas desta vez justifica-se a passagem para cinema desta biografia. 

7/10