terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Bleed From Within - Fracture (2020)

Com um início de ano ainda sem destaques musicais justificáveis retrocedemos dois anos para analisar o quinto álbum dos Escoceses Bleed From Within intitulado ‘Fracture’. Os Bleed From Within iniciaram a sua carreira em 2009 e agarraram com determinação a tendência de Metalcore instalada com o lançamento de três álbuns em apenas 4 anos, no entanto uma inesperada e estranha ausência acabou por eclipsar um pouco a previsível ascensão da banda. Todavia o quinteto Escocês voltou em força em 2018 com ‘Era’ e em 2020 com este ‘Fracture’. Se o grande desafio para uma banda de Metalcore será sempre o de se conseguirem distinguir dos demais, os Bleed From Within usaram ‘Fracture’ não só para solidificar a sua carreira como para mostrar de maneira inatacável que não são apenas mais uns, ao já referido Metalcore os Bleed From Within juntaram de forma equilibrada elementos de Deathcore, Groove até uns quase indistinguíveis retalhos de Djent e Progressivo, sendo que a força aglutinadora de todo este emaranhado sonoro fica a cargo da sua distinta capacidade técnica. Destaco as formidáveis ‘Pathfinder’, ‘Into Nothing’ e ‘Ascend’ como as melhores faixas de ‘Fracture’.   

7.5/10

[Sample]

sábado, 8 de janeiro de 2022

Ghostbusters: Afterlife (2021)

Precisamente trinta e dois anos depois de ‘Ghostbusters II’ (1989) a Sony aposta em revisitar o estimado franchise para nos brindar com a anunciada sequela ‘Ghostbusters: Afterlife’. ‘Ghostbusters: Afterlife’ tinha à partida dois objectivos bem traçados, desde logo fazer esquecer o aberrante, idiota e desrespeitoso reboot ‘Ghostbusters’ (2016) e ao mesmo tempo funcionar como uma espécie de homenagem ao falecido Harold Ramis, o Dr. Egon Spengler, um dos três caça-fantasmas originais, e posso afirmar com segurança que o filme cumpriu na plenitude esses dois objectivos, no entanto se conseguirmos analisar ‘Ghostbusters: Afterlife’ isoladamente ficam bastante evidentes as falhas do filme. ‘Ghostbusters: Afterlife’ (realizado por Jason Reitman, filho de Ivan Reitman) começa com a ida de Callie/Carrie Coon e os seus filhos para uma quinta na província, uma herança do seu recentemente falecido pai (Dr. Egon Spengler), a única solução viável para Callie e a sua família tendo em conta o seu recente despejo, todavia os seus dois filhos vão progressivamente tomando consciência do legado do seu falecido avô e da estreita ligação desta mesma quinta ao sobrenatural. Se no primeiro terço do filme o argumento de ‘Ghostbusters: Afterlife’ apresenta uma solidez e uma respeitabilidade interessantes o que dizer da restante história?! Mais uma vez estamos na presença de uma sequela que tenta recriar (ao bom estilo da contrafacção) o mesmo desenrolar de uma história passada décadas atrás, quando se pedia um mínimo de criatividade e o que nos foi oferecido foi novamente a narrativa de Gozer e os seus lacaios (The Keymaster e The Gatekeeper), ou seja, uma variante apelativa à nostalgia culminando num final tão previsível e forçado que chega a roçar o ridículo. 

6/10

sábado, 1 de janeiro de 2022

Os Melhores de 2021

 

Tal como no ano transacto começamos 2022 com os votos de um bom ano a todos os leitores do Blog e com um Top do que de melhor se fez em 2021 na vertente musical. Além do Top o post vai também visar categorias muito particulares e todas as escolhas são da inteira responsabilidade do Espelho Distópico. Um bom ano a todos. 

  

 Top 15 melhores álbuns de 2021

1.       Dvne - Etemen Ænka (Progressive/Post-Metal/Sludge Metal) [9/10]

2.       Code - Flyblown Prince (Black Metal/Progressive/Black Avant-Garde) [8.5/10]

3.       Hippotraktor - Meridian (Progressive/Post-Metal) [8/10]

4.       LLNN - Unmaker (Industrial Sludge/Post-Metal) [8/10]

5.       Fear Factory - Aggression Continuum (Industrial Thrash Metal) [8/10]

6.       Horndal - Late Drinker (Sludge Metal/Stoner Metal/Post-Hardcore) [8/10]

7.       Seth - La Morsure Du Christ (Black Metal) [8/10]

8.       Five The Hierophant - Through Aureate Void (Black Metal/Post-Metal/Avant-Garde/Drone Metal) [8/10]

9.       The Lion's Daughter - Skin Show (Black Metal/Post-Metal/Sludge Metal) [8/10]

10.   Gojira - Fortitude (Progressive/Djent/Death Metal) [8/10]

11.   Lock Up - The Dregs Of Hades (Grindcore/Death Metal) [8/10]

12.   Hypocrisy - Worship (Death Metal) [8/10]

13.   Between The Buried And Me - Colours II (Progressive/Metalcore) [8/10]

14.   King Buffalo - The Burden of Restlessness (Progressive/Psychedelic Rock/Stoner Metal) [7.5/10]

15.   Bossk - Migration (Atmosferic Sludge/Post-Metal) [7.5/10]

  

Maior desilusão de 2021        

      Mastodon - Hushed And Grim (Progressive/Sludge Metal) [6/10]

 Melhor álbum de estreia de 2021

     Hippotraktor - Meridian (Progressive/Post-Metal) [8/10] 

  Melhor Surpresa de 2021

    King Buffalo - Acheron (Progressive/Psychedelic Rock/Stoner Metal) [7.5/10]       

  Melhor EP de 2021

     Enslaved - Caravans To The Outer Worlds (Progressive Black Metal) [8.5/10]

sábado, 25 de dezembro de 2021

Resident Evil: Welcome to Raccoon City (2021)

Ora numa altura em que o cinema é especialmente prolifico em remakes e reboots o franchise Resident Evil tornou-se na mais recente “vítima” deste fenómeno com o surgimento de ‘Resident Evil: Welcome to Raccoon City’. Não sendo eu um expert do franchise de jogos que de alguma maneira tem servido de base ao franchise cinematográfico concluído(?) em ‘Resident Evil: The Final Chapter’, fui-me apercebendo que as críticas apesar de serem díspares centram-se essencialmente na comparação de ‘Resident Evil: Welcome to Raccoon City’ com os seus antecessores. A história de ‘Resident Evil: Welcome to Raccoon City’ não é de todo mal elaborada embora seja bastante decalcada dos dois primeiros jogos da série, colhendo desse modo os louros da fidelidade mas ficando aquém na vertente criativa. O filme começa com o regresso da protagonista Claire Redfield/Kaya Scodelario à sua cidade natal Raccoon City vinte anos depois de uma conturbada infância passada no orfanato local revisitada num pequeno prólogo, o foco de Claire passa pelo reencontro com o seu irmão Chris (um policia local) para o informar que a razão pela qual a gigante farmacêutica Umbrella Corporation abandonou recentemente Raccoon City não é inocente, pois esta temível farmacêutica expôs os seus escassos habitantes a agentes químicos e radioactivos com efeitos completamente imprevisíveis para o ser humano durante anos. Claire, o seu irmão e os restantes efectivos da policia de Raccoon enfrentam assim um longa noite encurralados entre os nativos infectados com um vírus que os transforma numa espécie de zombies, os limites da cidade bloqueados por uma imponente força militar e uma total aniquilação dos potenciais sobreviventes da cidade via ataque aéreo a pedido da Umbrella Corporation marcado para as seis horas da manhã. É verdade que ‘Resident Evil: Welcome to Raccoon City’ tinha à partida algum potencial no entanto, o elenco verdadeiramente deplorável, a miserável qualidade dos diálogos e falta de capacidade de interligar com precisão a sequência de cenas arruinaram por completo esse potencial, realizar um filme não passa apenas por sequenciar cenas de um jogo, todavia tenho muita dificuldade em corroborar criticas que enaltecem outros filmes do franchise em comparação, ‘Resident Evil: Welcome to Raccoon City’ está por certo num nível medíocre mas qual é o filme da “série” Resident Evil que não está?!

5/10