M. Night Shyamalan, um dos mais caricatos realizadores que já exerceram a função está de regresso com ‘Trap’. M. Night Shyamalan consegue ter o condão de nunca passar despercebido, gerando quase em simultâneo amores e ódios e acesas discussões sobre os seus filmes. Do meu ponto de vista reconheço-lhe uma inegável originalidade mas parece-me que o auge da sua carreira já vai longe e os seus últimos filmes dignos de registo (‘Split’ e ‘Glass’) são excepções numa mediania que se vai instalando cada vez mais. A história de ‘Trap’ centra-se em Cooper/Josh Hartnett, um serial killer conhecido como Butcher que vai com a sua filha a um concerto de uma ficcional diva da Pop (Lady Raven), interpretada por Saleka Shyamalan filha de M. Night Shyamalan (nepotismo sem apelo nem agrado). Todavia o concerto é simultaneamente uma gigantesca armadilha montada pelo FBI para apanhar Butcher, Cooper vê-se assim no meio de uma emboscada e tem de usar todos os seus atributos para conseguir escapar enquanto mantem a sua filha apenas concentrada em apreciar o concerto. Apesar da ideia parecer interessante na fase inicial do filme a sua execução vem a revelar-se péssima com o decorrer do mesmo. Cooper consegue ir escapado por entre os pingos da chuva enquanto o concerto decorre quase sempre graças a acontecimentos altamente convenientes ou à atroz impotência das autoridades quando se esperava que o factor decisivo fosse e sua capacidade de improviso e a sua destreza mental. Destaque para o esforço inglório de Josh Hartnett para elevar ‘Trap’ para outro nível em contraponto com o amadorismo da primogénita de M. Night Shyamalan na arte da representação.
5.5/10