segunda-feira, 6 de outubro de 2025

The Fantastic Four: First Steps (2025)

Continuando no subgénero dos filmes de super-heróis vamos falar de outro franchise que também faz o seu terceiro reboot no espaço de vinte anos, falo de ‘Fanstastic Four’. Ainda na alçada de FoxFantastic Four’ (2005) e a sua sequela ‘Fantastic Four: Rise of the Silver Surfer’ (2007) para além de medíocres vieram a revelar-se fiscos de bilheteira contudo em 2015 veio um novo reboot com ‘Fant4astic’ uma verdadeira catástrofe cinematográfica que começou logo na sua concepção e que obviamente se transferiu para um trágico resultado final, este seria o ultimo filme da saga com a chancela Fox pois a Disney acabou por adquirir a empresa 20th Century Fox em 2017 e com isso também os restantes direitos cinematográficos da Marvel Comics. Com todo este background confesso que as minhas espectativas para ‘The Fantastic Four: First Steps’ eram baixíssimas todavia o filme teve o mérito de me surpreender quando eu pensava que já seria uma missão quase impossível ser surpreendido por um filme deste género particular. Com um ambiente retro futurista bem ao género da recente série ‘Fallout’, ‘The Fantastic Four: First Steps’ pega numa história bastante simples mas muito bem executada, com personagens bem escritos e bem interpretados e um interessante e refrescante equilibro entre sequências de acção, drama e desenlace do enredo. Até o estupidificante e entediante humor característico do MCU ficou de fora desta vez proporcionando um agradável incremento de maturidade. A minha única crítica negativa vai para a falta de aprofundamento dos personagens Shalla-Bal/Silver Surfer e Galactus.

7/10

[Trailer] 

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Superman (2025)

Depois do aclamado Zack Snyder agora é ele que tem uma nova visão da DCU, falo de James Gunn, o homem que ganhou protagonismo no “universo concorrente” com o franchise de ‘Guardians Of The Galaxy’. Na verdade o universo da DC Comics não é estranho para James Gunn pois foi ele que concebeu ‘The Suicide Squad’ e mais recentemente as séries ‘Peacemaker’ e ‘Creature Commandos’ (animação), contudo a responsabilidade aumentou consideravelmente ou não tivesse ele nas mãos o destino do mais popular super-herói do mundo ‘Superman’. A missão de Gunn era bastante desafiante pois ‘Superman’ é o terceiro reboot do franchise (‘Superman Returns’ em 2006 e ‘Man of Steel’ em 2013) em menos de duas décadas. Considerando o subgénero em questão ‘Superman’ nem apresenta a grande maioria dos problemas cliché deste tipo de filmes eu diria mesmo que o único é o humor importuno, forçado e débil, todavia o filme contem uma falha estrutural na sua história. Apesar das bem conseguidas sequências de acção e das assertivas prestações da generalidade dos actores nos respectivos personagens o argumento de ‘Superman’ parece que começa a meio, demasiadas histórias paralelas para seguir e demasiados intervenientes que aparecerem sem qualquer tipo de background (mesmo considerando que a maior parte dos espectadores já conhece minimamente as BD’s de Superman). ‘Superman’ acaba por ser um filme satisfatório que peca essencialmente pela falta de simplicidade do seu argumento. Uma última nota para a exaustiva e saturante utilização de Lex Luthor como uma espécie de vilão residente nos filmes de Superman

6.5/10 


terça-feira, 30 de setembro de 2025

Ashbreather - La Grande Bouffe (2025)

Depois de uma alucinante e desconcertante epopeia de sci-fi em ‘Hivemind’ os Canadianos Ashbreather estão de regresso com uma nova insanidade intitulada ‘La Grande Bouffe’. Vagamente inspirado pelo filme Ítalo-Francês de 1973 com o mesmo nome desta feita o conceito do álbum passa por uma insaciável e nojenta sociedade distópica norteada pela gula que se alimenta através de uma rede de condutas directamente ligada às habitações sendo que o feijão é a base dessa mesma alimentação ‘The Bean Pipe’. ‘La Grande Bouffe’ não é apenas bizarro no que diz respeito ao seu conceito como também na sua vertente instrumental. Os Ashbreather já nos habituaram a uma verdadeira miscelânea de subgéneros e o álbum confirma mais uma vez essa tendência do trio Canadense. Uma assimétrica, instável e imprevisível mistura de Sludge Metal com Progressivo por vezes a fazer lembrar Mastodon dos tempos de ‘Blood Mountain’ ou mesmo ‘Souls At Zero’ dos emblemáticos Neurosis, já noutras fases sobressai o ambiente putrefacto, carnavalesco e doentio que tem sido explorado com grande mestria por bandas como The Lion's Daughter ou Lord Mantis. Se a criatividade é sem dúvida o recurso mais valioso dos Ashbreather mais uma vez manifestamente comprovado em ‘La Grande Bouffe’ o grande contra do álbum é a sua produção, mesmo considerando que o Sludge Metal é suposto soar “sujo” a produção fica aquém do padrão actual. 

7.5/10

[Sample]  


quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Paradise Lost - Ascension (2025)

Eles são uma espécie de instituição não só no Metal Britânico como no espectro do Doom/Gothic universal, falo obviamente dos Paradise Lost a propósito do seu décimo sétimo álbum de originais ‘Ascension’. Ascensão talvez não seja a palavra mais correcta, penso que retoma se adeqúe mais à fase em que se encontra o quinteto Inglês, uma retoma que começou em ‘Medusa’ e se foi transformando em estado de graça com ‘Obsidian’ um estado de graça que dura até hoje, basta ver a impressionante publicidade feita a ‘Ascension’ e o entusiamo da crítica generalizada. A grande pergunta é se todo este renovado hype em torno dos Paradise Lost é merecido?! Penso que a resposta nem sequer é discutível, é um rotundo sim. Talvez inspirados pela longa tour dos 30 anos de ‘Icon’ os Paradise Lost transportam para ‘Ascension’ as mais inconfundíveis características da sua identidade sonora, um Gothic Metal abrangente por vezes mais rasgado e orientado pelos riffs de autor de Gregor Mackintosh (‘Silence Like The Grave’, ‘Diluvium’), outras vezes com uma maior carga dramática onde predomina a melodia guiada pela incrível voz limpa de Nick Holmes (‘Sirens’, ‘This Stark Town’), ou outras ainda onde sobressai sua vertente mais Doom potenciada pela melancolia (‘Tyrants Serenade’, ‘Salvation’). Já há muito que os Paradise Lost abandonaram de vez a sua fase exploratória, ‘Ascension’ mostra uma banda estável, segura e em grande forma.

7.5/10

[Sample] 

sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Nine Inch Nails - Tron: Ares (2025)

Não é mesmo nada fácil acompanhar a caótica e irregular  discografia dos Norte-Americanos Nine Inch Nails, confesso que esse factor tem sido um dos grandes motivos para o meu desinteresse pelos últimos trabalhos da banda, depois da tépida e letárgica trilogia de EP’s ‘Not The Actual Events’, ‘Add Violence’ e ‘Bad Witch’ os Nine Inch Nails lançaram o duplo álbum ‘Ghosts VI: Locusts’ e ‘Ghosts V: Together’ em 2020, mais um delírio ambiental de Trent Reznor com poucos ou nenhuns motivos de interesse numa galáxia já muito distante da banda que revolucionou o Industrial com o incontornável ‘The Downward Spiral’ há três décadas atrás. Ora passados cinco anos do ultimo lançamento conhecido os Nine Inch Nails estão de regresso com a surpreendente banda sonora ‘Tron: Ares’. Os Nine Inch Nails não são novatos nestas andanças pois já tinham feito o soundtrack do icónico jogo ‘Quake II’ em 1996 e mais recentemente a banda sonora de ‘The Social Network’ (embora apenas creditada a Trent Reznor e Atticus Ross), banda sonora aliás que acabou por premiar a dupla com um Óscar. Por falar em Atticus Ross, aparentemente os únicos dois membros oficiais dos Nine Inch Nails neste momento são precisamente a já referida dupla. Quanto ao álbum em si apesar de não atingir níveis de qualidade assinaláveis ‘Tron: Ares’ é bem capaz de ser o trabalho mais atractivo da banda desde ‘With Teeth’ o que já é dizer bastante. Realço os temas ‘As Alive As You Need Me To Be’, ‘Shadow Over Me’ e a instrumental ‘Ghost In The Machine’, faixas consistentes e representativas do bom equilibro entre Instrumental e Electrónico que Reznor se foi aprimorando ao longo da sua carreira.  

7/10

[Sample] 

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Bæst - Colossal (2025)

Quatro anos volvidos e aí está o regresso dos Dinamarqueses Bæst com o seu quarto álbum de originais ‘Colossal’. Se o antecessor ‘Necro Sapiens’ encaixava num registo de Death Metal no seu estado mais puro com sonoridades bem ao estilo dos Polacos Vader mas onde o Groove tinha uma palavra a dizer ‘Colossal’ apresenta uma mudança “colossal” (colossal será uma hipérbole mas o trocadilho estava a pedi-las). Em ‘Colossal’ os Bæst derivam de forma consciente para uma vertente de Death Metal altamente influenciada pelo Hard Rock, esta tendência é por vezes intitulada de Death ‘n’ Roll e as referências a bandas como Accept, AC/DC ou mesmo Deep Purple (só para dar alguns exemplos) vão-se evidenciando pelos vários temas de ‘Colossal’. Este fascínio pelo Hard Rock não é novo pois os Norte-Americanos Six Feet Under já o demostraram abertamente com os seus ‘Graveyard Classics’ e consequentes infusões nos seus álbuns de originais. ‘Colossal’ acaba por ser um álbum tecnicamente bem executado e com alguns temas aprazíveis contudo após várias audições vai tendencialmente tornar-se entediante pois esta espécie de repescagem em sonoridades antigas acaba invariavelmente por soar a algo ultrapassado. Não acho que tenha de existir um preconceito acerca do revivalismo mas esse conceito só funciona se realmente houver alguma forma de transformação criativa. Destaque para a participação de Jesper Binzer (vocalista dos Dinamarqueses D-A-D) na faixa ‘King Of The Sun’, a meu ver o ponto mais alto de ‘Colossal’.

7/10

[Sample] 

sábado, 13 de setembro de 2025

Between The Buried And Me - The Blue Nowhere (2025)

Cada novo álbum de Between The Buried And Me é uma espécie de caixa de Pandora pronta para ser aberta pois a imprevisibilidade é a grande imagem de marca da banda. Quatro anos depois do formidável ‘Colors II’ chega finalmente o seu sucessor ‘The Blue Nowhere’ e a questão que paira na cabeça dos fãs é: qual a influência que a saída do guitarrista Dustie Waring (um dos grandes motores criativos dos Between The Buried And Me desde 2004) terá nas sonoridades da banda?! Pois bem a resposta é fácil, de alguma forma a banda conseguiu amenizar esta importante saída e ‘The Blue Nowhere’ apresenta uma qualidade no mínimo equivalente a ‘Colors II’. Talvez os quatro anos de interregno tenham proporcionado uma cuidada e meticulosa análise sobre o futuro imediato dos Between The Buried And Me. ‘The Blue Nowhere’ comporta mais um punhado de grandes composições com a originalidade já característica da banda, uma bipolar e errática mescla entre Metalcore e Progressivo com laivos de ambiente circense sendo que a principal diferença para os seus antecessores acaba por estar no peso, é provavelmente o álbum mais pesado desde ‘The Parallax II: Future Sequence’, temas como a alucinante ‘Psychomanteum’ e particularmente ‘God Terror’ comprovam-no. Destaque ainda para a melódica e emocional ‘Beautifully Human’ (a faixa que encerra ‘The Blue Nowhere’), e a soberba ‘Absent Thereafter’ a malha mais abrangente da peculiar identidade sonora dos Between The Buried And Me.

8/10

[Sample]