Confesso que as minhas espectativas eram no mínimo elevadíssimas e porquê? A resposta é simples, é que Baran bo Odar e Jantje Friese os criadores de ‘1899’ são também os mentores por trás da genial série ‘Dark’. Ora se a comparação entre as duas séries é praticamente inevitável mais vale irmos directo ao assunto. Penso que começou a estabelecer-se a ideia que ‘1899’ não tem os predicados necessários para superar ‘Dark’ contudo esse ponto de vista não me parece completamente hermético, porque o que se pode (e deve) comparar para já são as duas primeiras temporadas de ambas as séries e nesse particular confronto não acho que ‘1899’ fique a perder em relação a ‘Dark’ aliás, na minha opinião ‘1899’ até “repescou” praticamente todos os pontos fortes de ‘Dark’, desde os personagens carismáticos que se vão dando a conhecer evoluindo episódio após episódio, passando pelo argumento simultaneamente fascinante e surreal, pela cinematografia de excelência (até no genérico), até ao pormenor da banda sonora assertiva e adequada. Algures em 1899 um cruzeiro proveniente da Europa (Prometheus) com destino a Nova Iorque acaba por encontrar um outro cruzeiro da mesma empresa desaparecido há quatro messes, a partir desse momento sua tripulação começa a ser confortada com uma intrigante sucessão de acontecimentos que mais parecem saídos de um verdadeiro pesadelo. A história de ‘1899’ atira-nos abruptamente para um enigma constante e viciante desde o primeiro episódio, com dissimuladas e subliminares referências a “Titanic” e ao místico e obscuro triângulo das Bermudas.
8.5/10
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