Bom para último post de 2024 a escolha vai recair sobre a 96ª edição dos Óscares, uma espécie de balanço do ano no que ao cinema diz respeito.
Vamos voltar ao início tradicional e começar pelas chamadas categorias técnicas. Onde o domínio de ‘Poor Things’ foi evidente arrebatando logo aqui três prémios (melhor Guarda-Roupa, melhor caracterização e melhor Design de Produção). Eu diria para além de ‘Poor Things‘ os grandes concorrentes nestas categorias eram ‘Napolean’ e ‘Barbie’ mas ‘Poor Things’ acaba por vencer nas três com inteira justiça. No Óscar de melhor edição ‘Oppenheimer’ levou a melhor numa categoria onde a concorrência era particularmente forte (‘Anatomie d'une chute’, ‘The Holdovers’, ‘Killers of the Flower Moon’ e ‘Poor Things’), uma categoria em que Chistopher Nolan já levava alguns Óscares em divida. Enquanto no melhor som ‘The Zone of Interest’ sobrepôs-se no queria viria a ser o primeiro dos seus dois prémios da noite. Num dos Óscares técnicos mais importantes (melhores efeitos visuais), deu-se a primeira grande incongruência da cerimónia com o prémio a recair sobre ‘Godzilla Minus One’ na sua única nomeação e se por vezes é difícil encontrar cinco nomeados nesta categoria desta feita qualquer um dos nomeados (‘The Creator’, ‘Guardians of the Galaxy Vol. 3’, ‘Mission: Impossible – Dead Reckoning Part One’ e ‘Napoleon’), pode ter ficado com um travo a injustiça especialmente ‘The Creator’ diria eu. No galardão técnico que já ostenta a tradição de ser o mais cobiçado (melhor cinematografia), ‘Oppenheimer’ não deu qualquer hipótese à concorrência num Óscar que de facto tinha o seu nome escrito desde o lançamento do filme.
Passamos então para os Óscares mais “sensíveis”, os prémios onde se destacam as melhores interpretações. Nos actores secundários Da'Vine Joy Randolph arrecadou sem grande supressa o Óscar de melhor actriz secundária com o seu fantástico papel em ‘The Holdovers’ enquanto na vertente masculina a vitória foi conquistada por Robert Downey Jr. pela sua encarnação de Lewis Strauss em ‘Oppenheimer’, uma interpretação que não só é brilhante como pode muito bem ser a sua melhor em muito tempo. No já habitual Óscar mais disputado da noite (melhor actor principal) tivemos a (já mais do que merecida) consagração de um actor de excelência, Cillian Murphy na pele de Julius Robert Oppenheimer, um papel que além de desafiante era totalmente decisivo no sucesso de ‘Oppenheimer’. Uma categoria que contava com uma concorrência onde perfilavam nomes como Bradley Cooper/’Maestro’, Colman Domingo/’Rustin’, Paul Giamatti/’The Holdovers‘ e Jeffrey Wright/’American Fiction’. No Óscar de melhor actriz principal deu-se a meu ver a maior injustiça da edição 96 dos Óscares com o prémio a ser atribuído a Emma Stone pelo seu papel em ‘Poor Things’ um papel que apesar de ser formidável não tem argumentos para superar o de Sandra Hüller como Sandra Voyter em ‘Anatomie d'une chute’.
Antes dos Óscares mais importantes
uma pequena “paragem” para falarmos dos argumentos como o galardão de melhor argumento original a ser
arrebatado precisamente por ‘Anatomie
d'une chute’ e o de melhor argumento adaptado por ‘American Fiction’ no que viriam a ser os seus únicos Óscares da
noite. Numa Edição em que estes Óscares foram particularmente bem atribuídos.
A noite terminou com o tardio mas mais do que merecido reconhecimento de Christopher Nolan pois ‘Oppenheimer’ venceu sem grandes sobressaltos as categorias de melhor filme e melhor realização, uma consagração justíssima pois Nolan é no meu ponto de vista o melhor realizador em actividade, uma carreira intocável que fala por si alicerçada numa genialidade e criatividade incontestáveis. Uma última nota para falar dos grandes derrotados da 96ª Edição, ‘Barbie’ e ‘Killers of the Flower Moon’, pois apesar dos filmes contarem com umas impressionantes seis nomeações (‘Barbie’) e sete (‘Killers of the Flower Moon’) apenas ‘Barbie’ confirmou um dos potenciais prémios na categoria de melhor canção original. Uma cerimónia difícil para o lendário Martin Scorsese e para o seu ‘Killers of the Flower Moon’.
Sem comentários:
Enviar um comentário