sábado, 23 de novembro de 2024

Opeth - The Last Will and Testament (2024)

Não será exagero dizer que ‘The Last Will and Testament’ é provavelmente o álbum mais esperado de 2024 e não só porque os Suecos Opeth são uma das mais consensuais bandas no seio da musica mais pesada mas também porque o décimo quarto trabalho de originais da banda vem com a promessa do regresso às vocalizações guturais por parte de Mikael Åkerfeldt. Analisar um álbum de Opeth só em função das vocalizações é bastante redutor e até um tanto ou quanto injusto, é verdade que desde ‘Watershed’ que Åkerfeldt não usava o seu lendário gutural mas não é por isso que ‘Pale Communion’ ou ‘Sorceress’ deixam de ser álbuns comparáveis aos melhores que a banda já executou, a música dos Opeth sempre valeu pelo seu todo e pela sua desafiante complexidade. ‘The Last Will and Testament’ não é um álbum fácil de digerir (um cliché quando se trata de um álbum deste quinteto Sueco), soa algo estranho nas primeiras audições contudo começa a fazer cada vez mais sentido após umas quantas rodagens. O seu conceito assenta na leitura de um testamento no seio de uma família no pós primeira guerra mundial e os títulos das musicas mais não são do que os números dos parágrafos desse mesmo testamento. Musicalmente ‘The Last Will and Testament’ mostra-nos uns Opeth num perfeito equilíbrio entre todas as suas “faces” musicais, o seu Progressivo de autor vai agregando alternâncias de velocidade e de vocalizações com uma incrível naturalidade e dinâmica. A habitual sonoridade tecnicamente irrepreensível sempre numa toada heterógena e sofisticada com algumas nuances mais emotivas deixa-nos a pensar que a banda continua a ser singular na arte da composição. Destaco os temas ‘§1’, ‘§3’ e ‘§7’ embora pelo facto de ‘The Last Will and Testament’ ser um álbum conceptual a recomendação óbvia seja ouvir o álbum na íntegra. ‘The Last Will and Testament’ ficará muito provavelmente categorizado como o melhor álbum da banda desde ‘Watershed’ e, embora eu não discorde da afirmação acho que isso não se deve apenas e só ao regresso do icónico gutural de Åkerfeldt.

8/10

[Sample]

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