segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Slipknot - We Are Not Your Kind (2019)


Só não é o álbum mais aguardado do ano porque coincide com o ano em que os Tool finalmente também o vão fazer, falo de “We Are Not Your Kind” o novíssimo álbum dos intrépidos Slipknot. Se existe banda com uma perseverança fora do comum são sem dúvida os Slipknot, sobreviventes do desmoronamento do Nu-Metal e à perda de vários elementos (o ultimo foi Chris Fehn) alguns até considerados chave, os Slipknot continuam a teimar em subsistir, e com a chegada de 2019 chega também a altura do sucessor de “5: The Gray Chapter” ver a luz do dia. “We Are Not Your Kind” é um álbum difícil de compreender e de digerir, não que tenha uma sonoridade particularmente arriscada ou experimentalista, mas sim porque a sensação que fica logo de imediato após a primeira abordagem ao álbum é de uma obvia escassez de faixas épicas ou pelo menos marcantes, algo que os Slipknot sempre nos foram habituando, se em todos os álbuns da banda acabam sempre por haver faixas irrelevantes, também é verdade que em qualquer um deles existe pelo menos um “clássico instantâneo”, pode-se dizer que “We Are Not Your Kind” é pioneiro num péssimo sentido. Se os singles “Unsainted” e “Solway Firth” juntamente com “Orphan” são músicas interessantes, com poder e alguma aura inerente, isso não se replica às restantes faixas do álbum e algumas ("A Liar's Funeral", “Spiders” e/ou “My Pain” por exemplo) parecem mesmo completamente fora de contexto. A veleidade de Corey Taylor em continuar a abusar dos coros (tal como faz nos seus Stone Sour) parece-me também ser uma contribuição negativa para “We Are Not Your Kind” e fica ainda por explicar o porque de num álbum com uma qualidade tão titubeante foi possível os Slipknot excluírem a excelente malha “All Out Life” lançada 2 meses antes. Em jeito de conclusão “We Are Not Your Kind” vai ser um álbum que com o passar do tempo vai facilmente cair no esquecimento. 

6.5/10

Sorxe - Matter & Void (2017)


Outra banda que descobri recentemente foram os Norte-Americanos Sorxe, provenientes de Phoenix Arizona e conhecidos pela pequena excentricidade de terem dois baixistas, enquanto a banda prepara o lançamento do seu terceiro álbum de originais sensivelmente daqui a 2 meses, vamos para já centrar a atenção no seu segundo álbum de originais que remonta a 2017 de seu nome “Matter & Void”. Em “Matter & Void” os Sorxe adensam a sua sonoridade já previamente identificada como uma mistura de Post-Metal/Sludge e Doom. “Matter & Void” é um álbum que tem em si próprio uma demarcada progressão musical, depois do imponente início com “Hypnotizer” e “Distraction Party” onde o Sludge se materializa rude e cru, dando enfase a uma atmosfera bastante “Neurosiana”, com a continuação do álbum somos puxados para outras sonoridades e para uma envolvência inebriante de uma espécie de Post-Metal Psicadélico notório em “Black Water” culminando com a carga do Doom arrastado e hipnótico de “The Endless Chasm”. Um álbum que cimenta a curta carreira dos Sorxe e ao mesmo tempo faz aumentar as expectativas para o seu já prometido sucessor. 

7.5/10

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Fiend - Onerous (2013)


É já um hábito meu desde há algum tempo, quando uma banda em particular me capta a atenção, vou investigando a sua carreira mas pela ordem contraria, ou seja do álbum mais recente para o mais antigo e foi mais uma vez que nessa lógica que depois de digerir lentamente “Seerness” fui ouvir o álbum de estreia dos Gauleses Fiend de seu nome “Onerous”. Ao ouvir os álbuns de uma banda por ordem inversa é possível tirar-se refrescantes elações sobre a sua evolução musical e nos Fiend isso pareceu-me bastante evidente. “Onerous” é o natural predecessor de “Seerness” pois se o envolvente fulgor do Stoner já era bem patente neste álbum de estreia a grande diferença é que em “Onerous” tudo soa mais cru, mais sujo e com um acabamento rude, sendo explícitas as influências do Doom e do Sludge e até algumas esporádicas semelhanças ambientais com os Tool. Não tendo a qualidade de “Seerness”, “Onerous” é um ponto de partida digno de registo e desde logo uma forte declaração da significativa importância musical dos Fiend

7.5/10

terça-feira, 13 de agosto de 2019

The Hummingbird Project (2018)


The Hummingbird Project é um filme sobre dois irmãos (Vincent e Anton) que abandonam os seus trabalhos para se dedicarem a tempo inteiro a edificar um projecto de longa data com que ambos sempre sonharam, fazer um túnel em linha recta desde o Kansas até Nova Iorque, com o intuito de através desse túnel conseguir a internet de banda larga mais rápida imaginável até essa altura. Destaco desde logo as brilhantes interpretações de Alexander Skarsgård (Anton) e Jesse Eisenberg (Vicent) como protagonistas. The Hummingbird Project tem uma boa cadência de desenvolvimento da história e uma boa dose de realismo e interesse, conseguindo agarrar o espectador quer pela curiosidade quer pela imprevisibilidade. É claro The Hummingbird Project não é um filme de excelência, nunca o poderia ser pois a sua ideia base nunca o justificaria, mas apresenta uma boa estrutura e originalidade, factores que parecem escassear e de que maneira na maioria dos filme da ultima década. 

7/10

domingo, 11 de agosto de 2019

The Big Bang Theory (Season 1 - Season 12) (2007-2018)


Uma das séries que chegou ao fim em 2018 foi a conceituada série de comédia The Big Bang Theory, que durante mais de uma década foi fielmente acompanhada pelos apreciadores do género e não só.

                É praticamente inviável falar de todas as Seasons (12) singularmente, no entanto é perfeitamente possível elaborar uma crítica abordando várias fases da série o mais resumidamente possível.

                A ideia original da série é verdadeiramente refrescante e original, quatro amigos do mais nerd que se possa imaginar trabalham no mesmo local (um faculdade) e cada um tem as suas particularidades sendo tem em comum principalmente o gosto pelas ciências e pela ficção. Sheldon é sem dúvida o epicentro de The Big Bang Theory pois as suas peculiaridades são no mínimo excêntricas. A sua personalidade onde se destaca a ausência de “social skills” junto ao seu feito irritante e sabichão dão-lhe um protagonismo incontornável. Leonard é o seu colega de apartamento, submisso e com uma auto-estima titubeante é uma espécie de baby-sitter de Sheldon, temos ainda Howard Wolowitz, o Engenheiro que mais tarde se torna astronauta, e Raj (Rajesh Koothrappali) que, qual romântico incurável, procura desenfreadamente o amor apesar de não se conseguir exprimir na presença de raparigas. Logo na Season 1 é também introduzida a personagem de Penny, a ultra sexy vizinha de Sheldon e Leonard que nada tem de nerd e para quem tudo o que seja facto científico lhe passa completamente ao aldo. Durante as 3 primeiras Seasons o foco não varia muito disto e a série vai tendo momentos verdadeiramente geniais e de comédia bastante evoluída, em paralelo com isto vai-se desenvolvendo uma forte paixão de Leonard por Penny, seria esta a melhor fase de The Big Bang Theory.

                A partir da Season 3 começaram a ser introduzidas novas personagens e coincidentemente ou não a série começou gradualmente a perder qualidade. Bernadette, a pequena e super irritante mulher de Wolowitz, Stuart (uma personagem que eu adoro particularmente), o deprimente e conformado dono da loja de BD’s e Amy, a brilhante mas pouco popular Neurocientista que captou definitivamente a atenção de Sheldon. Tal como em muitas outras séries com este formato a longevidade da mesma representa mais dinheiro em caixa, mas também uma forte e inevitável saturação consequência da escassez de novas ideias.

                Desde a Season 3 até à 12 nota-se um progressivo e lento declínio pois as situações verdadeiramente hilariantes quase sempre em torno de Sheldon foram paulatinamente sendo substituídas por problemas “domésticos” dos vários casais e o foco passou cada vez mais a ser os relacionamentos entre as personagens, o que se por um lado manteve a série no ar durante um tempo considerável por outro a anunciada quebra de qualidade foi-se evidenciando cada vez mais. Em suma, uma série com uma ideia base bastante criativa e original mas que se perpetuou durante demasiado tempo. 

7.5/10