sábado, 16 de abril de 2022

CODA (2021)

E agora sem mais adiamentos é altura de recentrar o foco na mais recente edição dos Óscares começando por um dos grandes vencedores da noite, falo do filme ‘CODA’. A desconstrução da sigla CODA (Child of Deaf Adults) desvenda-nos praticamente só por si toda a premissa do filme. Apesar da concepção de ‘CODA’ assentar claramente numa fórmula usada vezes sem conta numa perspectiva de drama familiar sempre com um inusitado aceno à atenção da Academia, a medíocre qualidade da grande maioria dos filmes dos últimos tempos também nos têm ensinado que já nem com a aplicação de moldes de sucesso o resultado final consegue ser satisfatório. Ruby Rossi/Emilia Jones é a irmã mais nova de uma família em que todos (com a excepção dela própria) sofrem de surdez (os pais e o seu irmão mais velho), e o seu conflito interior começa a ganhar proporções que nem ela estava à espera conforme vai descobrindo a sua paixão e talento (a arte de cantar), talento esse que vai progressivamente sendo potenciado pelo seu conceituado professor de música. Ruby depara-se então perante um difícil dilema entre ajudar a sua família como sempre tem feito (em particular na componente da comunicação) ou seguir a sua vocação (uma vocação que a sua família tem obviamente bastante dificuldade em compreender). ‘CODA’ não tem claramente um argumento que se distinga pela originalidade, aliás o filme além de ser decalcado do filme Francês ‘La famille Bélier’ (2014) é muito similar a muitos outros dramas familiares em que só a premissa inicial é diferente, no entanto o filme está executado e produzido de forma exemplar e conta com um interessante nível de interpretações com o destaque óbvio a ir para as prestações de Troy Kotsur/Frank Rossi (o pai de Ruby) e Eugenio Derbez como Bernardo Villalobos (o refinado professor de musica). 

7/10 

[Trailer]

Sem comentários:

Enviar um comentário