O passado dia 1 de Abril foi também escolhido para um regresso daqueles que já começava a ganhar contornos de quimera, falo dos Portugueses R.A.M.P. com o seu muito aguardado sexto álbum de originais ‘Insidiously’. A história dos R.A.M.P. confunde-se com a própria história do Metal Nacional, é para muitos (onde me incluo) a melhor banda de Metal Portuguesa com uma carreira que fala por si, onde se destacam em particular as suas formidáveis prestações em inúmeros concertos. Foi no longínquo ano de 1998 que os R.A.M.P. lançaram o álbum que não só os marcou em definitivo como definiu um padrão qualitativo assinalável, falo do fabuloso ‘Evolution, Devolution, Revolution’, um álbum extraordinário que podia e devia ter projectado a banda para uma mais que merecida dimensão internacional. Passaram então vinte e quatro anos desde ‘Evolution, Devolution, Revolution’ e treze desde ‘Visions’ (o último trabalho da banda) e quase tudo mudou desde então. Falando finalmente de ‘Insidiously’, e tentando manter uma perspectiva pragmática (não é fácil manter a indiferença emocional quando se fala dos R.A.M.P.), pode-se dizer que é um álbum competente e regular onde a banda se agarra aos seus pontos fortes para potenciar o seu Thrash Metal corpulento, orgânico e emocional. Os R.A.M.P. tiveram também a mestria de conseguir substituir o mítico baterista Paulinho sem grandes repercussões no resultado final de ‘Insidiously’. A grande vulnerabilidade de ‘Insidiously’ não é sequer um exclusivo deste álbum em particular, é um fenómeno que de alguma maneira tem afectado a própria sonoridade da banda pelo menos desde ‘Visions’, falo de evidente perda de espaço do tão aprazível Groove característico dos R.A.M.P. em prol de riffs mais rudes, rápidos e abrasivos que em nada tem beneficiado o resultado final da musicalidade da banda. Destaco o tema inicial ‘Catatonic’ e o tema título como as duas faixas mais convidativas de ‘Insidiously’.
7/10
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