sexta-feira, 24 de maio de 2024

Rotting Christ - Pro Xristou (2024)

Já com duas datas anunciadas para o nosso país, mais precisamente dia 24 de Agosto no Milagre Metaleiro Open Air e dia 18 de Outubro no Under The Doom (ambas como cabeças de cartaz) também os Gregos Rotting Christ chegam ao importante marco de quinze álbuns de originais numa carreira que já ultrapassa a três décadas. Cinco anos depois de ‘The Heretics’ (o maior hiato entre álbuns de toda a carreira da banda) os Rotting Christ presenteiam-nos com este ‘Pro Xristou’. É com uma certa estupefacção que me tenho apercebido de uma verdadeira vaga de críticas negativas sobre ‘Pro Xristou’ e mesmo reconhecendo a veracidade de algumas delas o meu sentimento continua a ser de uma declarada injustiça. Na verdade ‘Pro Xristou’ está de facto uns patamares abaixo de ‘Khronos’, ‘Theogonia’, ‘Aealo’ ou ‘Κατά Τον Δαίμονα Εαυτού’ mais não seja porque vários temas soam demasiado similares precisamente a faixas deste referido quarteto de álbuns deixando a nu uma clara falta de originalidade e até e de capacidade de reinvenção por parte dos irmãos Tolis. Contudo ‘Pro Xristou’ contem em si mesmo faixas cativantes em que a banda consegue envolver os seus resquícios de Black Metal com melodias provenientes de um Symphonic Metal com uma forte vertente épica e orquestral. O destaque principal vai obrigatoriamente para os formidáveis temas ‘Like Father, Like Son’, ‘The Sixth Day’, ‘The Farewell’ e ‘All For One’ a faixa que encerra ‘Pro Xristou’, todos eles simultaneamente emblemáticos e orelhudos. 

7.5/10

[Sample] 

segunda-feira, 20 de maio de 2024

Six Feet Under - Killing For Revenge (2024)

Se é verdade que não é nada fácil uma banda se superar quando acabou de compor o seu melhor álbum podemos então dizer que o inverso também é aplicável certo?! O objecto em causa é ‘Killing For Revenge’, o décimo quinto álbum de originais dos Norte-Americanos Six Feet Under liderados pelo incontornável Chris Barnes. A longa carreira dos Six Feet Under tem sido pautada por um progressivo e continuo declínio que se acentuou de forma mais vincada nos últimos anos atingindo o seu ponto mais baixo em ‘Nightmares Of The Decomposed’, objectivamente o álbum mais fraco da carreira do quinteto Norte-Americano. Seria portanto expectável que ‘Killing For Revenge’ pelo menos invertesse esta tendência e na verdade essa espectativa foi confirmada ainda que algumas das características que têm sido nocivas nas sonoridades dos Six Feet Under não tenham desaparecido, pelo menos não completamente. Se a produção está de facto melhor e a voz de Barnes também apresenta ligeiras melhorias, já a falta de originalidade continua a assombrar as fracassadas promessas de reinvenção sonora da banda. Qualquer música de ‘Killing For Revenge’ soa invariavelmente a outro tema já previamente gravado pela banda como uma espécie de viagem interminável no carrossel da monotonia. Atrevo-me a destacar o tema ‘Neanderthal’, talvez a faixa mais fora da caixa de ‘Killing For Revenge’, consequência da inclusão de um Groove muito ao estilo dos Britânicos Bolt Thrower

6/10

segunda-feira, 13 de maio de 2024

My Dying Bride - A Mortal Binding (2024)

Os padrinhos do Doom Metal estão de volta, quatro anos depois de ‘The Ghost Of Orion’ e da ‘sobremesa’ ‘Macabre Cabaret’ (ambos lançados em 2020) os lendários My Dying Bride estão de regresso com o seu décimo quarto álbum de originais ‘A Mortal Binding’. A primeira impressão que fica de ‘A Mortal Binding’ é que é o melhor trabalho da banda desde há muito tempo, eu arriscaria mesmo dizer que dos últimos 15 anos. Os My Dying Bride têm sido das bandas que tem passado por tempos mais conturbados ultimamente, são várias e desgastantes as dificuldades que a banda tem enfrentado, contudo todas essas contrariedades têm funcionado como estímulo para energizar as suas sonoridades depressivas, melancólicas e dramáticas. Se o tema de abertura (‘Her Dominion‘) nos transporta de imediato para a rugosidade e raiva de um ‘The Dreadful Hours’, já outros como ‘Thornwyck Hymn’, ‘Unthroned Creed’ ou ‘The Apocalyptist’ atiram-nos para as sonoridades mais habituais da banda onde os riffs pesados, angustiantes e lúgubres são acompanhados pela arrepiante voz de Aaron Stainthorpe e por uma intermitente mas assertiva melodia de violino. É verdade que ‘A Mortal Binding’ não chega a um clímax de qualidade que os My Dying bride já conseguiram no passado todavia é bom ver que apesar da toda a turbulência a banda está de volta à boa forma.

7.5/10

[Sample]

sábado, 11 de maio de 2024

Necrophagia - Moribundis Grim (2024)

É com bastante pena minha que a primeira review que aqui lanço sobre os Necrophagia seja acerca do seu derradeiro álbum, ‘Moribundis Grim’. Apesar de ter sido lançado apenas em 2024 ‘Moribundis Grim’ foi composto algures entre 2016 e 2018 e a sua conclusão foi deveras problemática pois em Março de2018 a banda teve de lidar com falecimento do seu lendário vocalista Frank Pucci (Killjoy). ‘Moribundis Grim’ acaba por ser uma espécie de manta de retalhos de material inacabado, covers, musicas ao vivo, entradas e demos. Este verdadeiro “Frankenstein” musical não faz certamente jus à qualidade e criatividade dos Necrophagia, sendo que é um álbum de despedida pedia-se mais a uma banda que teve a par dos Death e dos Possessed grandes responsabilidades na fundação do Death Metal e que tem na sua carreira pérolas como ‘The Divine Art Of Torture’. Ainda assim temas como o tema título ou ‘Bleeding Torment’ conseguem ser bons exemplares das particularidades sonoras da banda, um Death Metal sujo e viscoso municiado com um Groove poderoso e pestilento sempre acompanhado de conteúdos impulsionadas pelo mais fétido Gore sejam eles, terror com temática circense, necrofilia ou filmes de terror de classe B.

 7/10

[Sample]

terça-feira, 7 de maio de 2024

Pain - I Am (2024)

Quem também está de regresso é o multifacetado Peter Tägtgren com o seu projecto mais pessoal Pain. Ultimamente Peter Tägtgren tem andado mais ocupado com os seus estimados Hypocrisy e a auxiliar Till Lindemann (Rammstein) no projecto Lindemann, tanto é que o ultimo álbum dos PainComing Home’ já remonta a 2016. ‘I Am’, o nono trabalho deste devaneio Electrónico/Industrial de Tägtgren surge então depois do maior hiato entre álbuns e sinto-me compelido a dizer que a paragem foi de facto benéfica. Pain não é, e arrisco-me a dizer que nunca será, um projecto que ambicione profundidade, intensidade ou elevada complexidade mas sim uma espécie de descompressão moldada em torno de melodias simples, ritmos Electrónicos simples no limiar do dançável e refrões orelhudos e fáceis de entoar. ‘I Am’ é um álbum perfeitamente alinhado com as sonoridades que os Pain nos têm habituado mas com um nível de qualidade generosamente acima de ‘Coming Home’, ainda que a fasquia não fosse muito elevada é bem verdade. Temas sólidos como ‘Not For Sale’, ‘Push The Pusher’ ‘My Angel’ são como lembranças de que a simplicidade também pode estar aliada à virtude.  

7/10

[Sample]