sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Marilyn Manson - Antichrist Superstar (1996)




Uma verdadeira obra-prima, é daqueles álbuns que tem de estar nos 100 melhores de sempre e se não estiver é apenas por pura discriminação de não se enquadrar num estilo “politicamente correcto”. Este álbum é provavelmente o melhor trabalho de produção do multifacetado Trent Reznor, a retirar tudo o que há de melhor nos Marilyn Manson. Quando saiu foi uma espécie de bomba atómica no mundo da música mais pesada, porque trouxe do anonimato (ainda mais que em “Smells Like Children”) a banda e também porque não havia nada remotamente parecido na altura em termos musicais. Ao ouvirmos o álbum dá a sensação que estamos numa espécie de pesadelo esquizofrénico de um invulgar sociopata. Musicamente “Antichrist Superstar” é ruidoso, atípico e agressivo e liricamente, profundo, corrosivo, intenso e com grande influência de Nietzsche. Vai provavelmente ser sempre recordado como o ponto mais alto da carreira da banda e irrepetível por variadíssimas razões. É sem dúvida dos álbuns que marcaram a década de 90 e dos álbuns mais criativos de sempre.

 10/10

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Machine Head - Bloodstone & Diamonds (2014)



Os Machine Head já foram a minha banda preferida em tempos e tinha alguma curiosidade em ouvir este “Bloodstone & Diamonds”, talvez porque o single “Killers & Kings” que tinha saído com bastante antecedência do álbum é de facto uma música que prometia um bom álbum, no entanto não podia estar mais enganado. Algures no caminho os Machine Head foram perdendo a sua essência depois de várias mudanças de direcção (aproximação ao Nu-Metal no “The Burning Red” e no “Supercharger” e álbuns tecnicamente mais evoluídos como “Through The Ashes Of Empires” e  The Blackening”) pois bem, no seguimento natural de “Unto The Locust” continua a estranha ideia da inserção de progressivo nas musicas, como se a banda tivesse alguma coisa a provar ainda. O resultado é um álbum muito fraco…as musicas não tem alma, não tem “groove”, em conclusão, não tem peso e parecem estar a anos-luz de um “Old” ou de um “Ten Ton Hammer, e não querendo parecer pretensioso penso que os fans da banda querem esse “groove apanterizado” tão característico da fase inicial de volta porque não é nos Machine Head que estão á espera de técnica e/ou progressivo

5.5/10

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Interstellar (2014)



E num oceano de sequelas das sequelas, “remakes”, “reboots”, clichés de terror (alguém que pára numa bomba de gasolina numa terra remota com 1000 habitantes), clichés de pseudo comédias de liceu (as fotocópias já quase sem cor do “Porkys”) que metem tanta piada como o César Mourão, as overdoses de efeitos especiais, os super-heróis e as adaptações de tudo quanto é “best-seller”, às vezes aparece a luz de um farol ao longe como este “Interstellar”. Christopher Nolan é na minha opinião um dos raros génios ainda existentes no deserto de ideias que se tornou o cinema “hollywoodesco”. Realizador e argumentista (normalmente com a ajuda do irmão Johnathan Nolan) de filmes como “The Prestige” ou “Inception” ainda não viu o seu talento devidamente reconhecido em “Hollywood”, enquanto argumentos sobre pessoas apaixonadas por sistemas operativos ganham Óscares…enfim. Nolan teve de certeza um árduo trabalho de pesquisa para conseguir fazer este filme e contou com a ajuda (de outra maneira seria quase impossível) do físico-teórico Dr. Kip Thorne, especialista em “Wormholes”, “black holes” e ondas gravitacionais, no entanto Nolan consegue que qualquer comum dos mortais perceba o filme desde que mantenha a mente aberta. Interstellar tem, ficção, acção, drama, emoção, levanta questões éticas e morais e uma banda sonora fantástica e apropriada composta por Hans Zimmer. Nolan não esconde as suas influências “Kubrickianas” de “2001: A Space Odyssey” na realização de Interstellar e vai ao pormenor de não mostrar nada dos últimos 2/3 de filme em nenhum dos trailers, levantando assim apenas uma ponta do véu. Uma jornada épica e emotiva de ficção-cientifica sobre a sobrevivência da raça humana…imperdível. 

9/10

 

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Slayer - Repentless (2015)



Palavras para quê? Os Slayer são uma lenda viva, não será exagero dizer que são provavelmente a banda mais respeitada de todo o espectro “Metálico”. Com uma carreira já bastante longa os Slayer são uma banda icónica do chamado “Bay Area Thrash Metal” quase nunca desiludem os fans, e tem escapado sempre aos rótulos de “vendidos” e/ou de “posers”. No entanto em 2013 os Slayer sofreram um rude golpe talvez o mais rude de toda a sua carreira, o desaparecimento de Jeff Hanneman (R.I.P.) um dos seus membros fundadores e (ao contrário do que eu pensava) um elemento bastante influente na composição das suas musicas. Depois de todo este pesadelo e com a participação do excelente Gary Holt (Exodus) em estúdio (não participou na composição das musicas no entanto) a substituir Hanneman, chega em 2015 “Repentless” o novíssimo álbum dos Slayer, e não desilude como é hábito, mantendo a linha condutora que distingue os Slayer das demais bandas e até com um “groove” mais acentuado do que o habitual, “Repentless” esta até uns furos acima de “World Painted Blood” (este já sem Hanneman também). Apesar do grande infortúnio os Slayer aí estão e recomendam-se. 

 7.5/10

Shining - Internacional Blackjazz Society (2015)



Para quem tem os ouvidos pouco “treinados” pode desistir já dos Shining, não é fácil gostar de Shining mas a partir do momento que se gosta o difícil é deixar de gostar. Esta banda tem uma história bastante peculiar, sem terem origens no Metal, poderá dizer-se que os Shining são os pioneiros de um estilo muito atípico chamado “Jazz Metal”, que como o próprio nome indica é a “fusão” de Jazz com Metal. Engane-se quem pensa que os Shining têm um som calmo e suave, nada disso, a música característica desta banda é rapidíssima, frenética, aleatória, nervosa e com uma criatividade quase inigualável. Este ano os Shining “entregam-nos” este “Internacional Black Society”, era para mim um dos álbuns mais esperados deste ano, confesso que na primeira audição não fiquei muito entusiasmado (o que também já é habito com esta banda). Se retirarmos as 2 músicas de 1 minuto (Admittance e Church of Endurance) ficamos com 7 músicas das quais a “House of Warship” e “House of Control” eu considero um pouco abaixo da qualidade habitual da banda…nas restantes, aí sim temos “Shining” de primeira classe. Posso concordar que “Internacional Black Society” não é tão bom como os 2 álbuns anteriores ainda assim é um dos bons álbuns deste ano. 

 7.5/10