segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Opeth - In Cauda Venenum (2019)


2019 Tem sido um ano recheado de regressos bastante aguardados e mais um inequívoco exemplo disso é o novo trabalho dos conceituados OpethIn Cauda Venenum”. Passados três anos de “Sorceress” a banda sueca brinda-nos então com este “In Cauda Venenum” de onde já tinha sido “extraído” qual aperitivo, o fantástico single “Heart In Hand”. Os Opeth são uma banda com um talento intrinsecamente invulgar assente numa abordagem musical quase singular mas que mudou significativamente depois dos magníficos “Ghost Reveries” e “Watershed” (para mim inequivocamente os dois melhores álbuns da banda), uma declarada e inusitada suavização musical onde o desaparecimento dos famosos “guturais” de Åkerfeldt e a predominância do acústico e do ambiental são claras evidencias disso, e até posso concordar que os Opeth nunca fizeram a tão comum e vã promessa de “voltar às origens” como tantas outras bandas, mas já tenho mais dificuldade em concordar que esta premeditada e significativa mudança na sua composição musical tenha favorecido a sonoridade da banda. “In Cauda Venenum” é mais um capitulo nesta nova fase dos Opeth, e se a produção continua a ter pormenores de excelência, tal como uma interessante contribuição dos teclados e partes ambientais, os riffs sobrecarregados de Progressivo aparentam ser quase esporádicos perdendo claramente terreno para enfadonhos e longos arranjos pseudo-acústicos onde apenas se evidencia a sublime e límpida voz de Åkerfeldt, “Lovelorn Crime”, “Universal Truth” e “The Garroter” são disso perfeitos exemplos. Pode ser considerado polémico e contracorrente o que vou dizer mas acho que “In Cauda Venenum” é um álbum que ofusca e aprisiona o incrível talento dos Opeth e onde a única faixa representativa do que a banda tem potencial para fazer é o single “Heart In Hand”. 

6/10

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