2019 Tem sido um ano recheado de
regressos bastante aguardados e mais um inequívoco exemplo disso é o novo trabalho
dos conceituados Opeth “In Cauda Venenum”. Passados três anos
de “Sorceress” a banda sueca
brinda-nos então com este “In Cauda
Venenum” de onde já tinha sido “extraído” qual aperitivo, o fantástico single
“Heart In Hand”. Os Opeth são uma banda com um talento intrinsecamente
invulgar assente numa abordagem musical quase singular mas que mudou
significativamente depois dos magníficos “Ghost
Reveries” e “Watershed” (para
mim inequivocamente os dois melhores álbuns da banda), uma declarada e
inusitada suavização musical onde o desaparecimento dos famosos “guturais” de Åkerfeldt e a predominância do acústico
e do ambiental são claras evidencias disso, e até posso concordar que os Opeth nunca fizeram a tão comum e vã
promessa de “voltar às origens” como tantas outras bandas, mas já tenho mais dificuldade em concordar
que esta premeditada e significativa mudança na sua composição musical tenha
favorecido a sonoridade da banda. “In
Cauda Venenum” é mais um capitulo nesta nova fase dos Opeth, e se a produção continua a ter pormenores de excelência, tal
como uma interessante contribuição dos teclados e partes ambientais, os riffs sobrecarregados
de Progressivo aparentam ser quase esporádicos
perdendo claramente terreno para enfadonhos e longos arranjos pseudo-acústicos onde apenas
se evidencia a sublime e límpida voz de Åkerfeldt,
“Lovelorn Crime”, “Universal Truth” e “The Garroter” são disso perfeitos
exemplos. Pode ser considerado polémico e contracorrente o que vou dizer mas
acho que “In Cauda Venenum” é um álbum
que ofusca e aprisiona o incrível talento dos Opeth e onde a única faixa representativa do que a banda tem potencial para
fazer é o single “Heart In Hand”.
6/10
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