Depois de uma noite eleitoral com
algumas novidades e a já habitual dificuldade de qualquer partido admitir uma derrota, vamos agora analisar
os resultados partido a partido mas de uma maneira um pouco “alternativa”.
O PS: António Costa o grande “player”
(ou malabarista se preferirem) político da actualidade ficou com um sabor
agridoce porque se por um lado ganhou inequivocamente as eleições e
considerando que dos 4 deputados que ainda faltam eleger (eleitos com votos no estrageiro)
historicamente o PS terá no máximo 2 (3 será praticamente impossível) ficando
com um total de 108, portanto a 3 deputados de poder fazer uma gerigonça completamente
nova com…espantem-se, o Livre e o PAN. Ainda assim o PS teve exactamente mais
124395 votos do que em 2015, portanto longe de ser um vitoria excepcional.
O PSD: Rui Rio, o homem que parte
para as eleições com o discurso do “não quero perder por muitos” supostamente
conseguiu o objectivo, e mesmo com um certa tolerância por parte da comunicação
social em relação ao resultado do seu partido achar que tudo vai ficar
sossegado a nível interno é desconhecer completamente o partido a que preside.
O B.E: Um dos tais “vencedores da
noite”, não, simplesmente não é verdade, porquê? Porque infelizmente para a classe
politica a matemática é mesmo uma ciência exacta, pois o B.E. teve menos 57391
votos do que em 2015, e não é por Catarina Martins dizer que a direita teve
uma derrota histórica e que o B.E. continua a terceira força politica, que este
resultado se transforma miraculosamente numa vitória.
A CDU (PCP-PEV): Bom aqui para ser
honesto quase nunca se perde, ou “foi evitada” a maioria absoluta do PS ou PSD e
isso já por si só já é uma vitória, ou uma eventual quebra da direita também
pode servir perfeitamente para uma aclamação sem sentido. Factualmente a CDU
(PCP-PEV) perdeu cerca de 115000 votos desde 2015 e consequentemente 5
deputados, sendo que a sangria é sempre feita às custas do PEV, que chegou ao ridículo
de ficar apenas com 1 representante na assembleia.
O CDS-PP: Aparentemente o única
derrotada da noite Eleitoral foi Assunção Cristas que sem qualquer outra hipótese
demitiu-se uma hora e meia depois das primeiras projecções, tal não foi a
hecatombe, se é verdade que em 2015 o CDS-PP concorreu coligado com o PSD,
juntos tiverem cerca de 2 milhões de votos e agora a soma dos 2 pouco passa de
1,6 milhões e o CDS-PP arca inevitavelmente com uma grande parte desta responsabilidade.
Assunção Cristas percebeu ontem de uma maneira dura e cruel que o CDS-PP está
em vias de extinção, e há muito tempo, Portas apenas foi atenuando isso.
O PAN: Alguém que realmente tenha
razão em gritar vitória. O PAN e o seu líder André Silva souberam e de que
maneira “surfar” esta recente gigantesca onda de paranóia ambiental generalizada
resultando numa duplicação de votos e quadruplicação de deputados, ficando a milímetros
de ser um partido interessante para António Costa “conversar”.
O CHEGA: O cliché do epifenómeno,
André Ventura é o exemplar perfeito do mais básico populismo e demagogia…apostava
num final rápido e estrondoso para o CHEGA já nas próximas legislativas.
A Iniciativa Liberal: Este sim a
principal preocupação para o CDS-PP nos próximos anos, não, é claro que não é o
PAN, não foi o PAN que sacou votos ao CDS-PP como é óbvio.
O Livre: Mas que bem jogada a
cartada das minorias, a funcionar na perfeição, a minha pergunta é a seguinte:
Rui Tavares como fundador do partido não seria a escolha óbvia para cabeça de
lista? Ahhh não pertence a nenhuma minoria…pois então nunca poderia ser a escolha
certa, enfim.
A Aliança: Santana Lopes teve aqui
um sinal muito claro que, o que é demais também enjoa, acho que está mais do
que na altura de perceber que chegou a hora de “abandonar”.
Destaque ainda para todos os
outros partidos que já tinham concorrido em 2015, todos mas mesmo todos
perderam votação.
Quer os votos nulos quer os votos
brancos subiram e para se ter uma noção, nestas eleições os votos nulos
chegariam para eleger 1,5 deputados e os brancos cerca de 3, os votos brancos e
nulos conjugados superam a votação do CDS-PP, parece incrível e é.
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