segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Factos pouco ortodoxos e conclusões surreais sobre as Eleições Legislativas (2019)


Depois de uma noite eleitoral com algumas novidades e a já habitual dificuldade de qualquer partido admitir uma derrota, vamos agora analisar os resultados partido a partido mas de uma maneira um pouco “alternativa”.

O PS: António Costa o grande “player” (ou malabarista se preferirem) político da actualidade ficou com um sabor agridoce porque se por um lado ganhou inequivocamente as eleições e considerando que dos 4 deputados que ainda faltam eleger (eleitos com votos no estrageiro) historicamente o PS terá no máximo 2 (3 será praticamente impossível) ficando com um total de 108, portanto a 3 deputados de poder fazer uma gerigonça completamente nova com…espantem-se, o Livre e o PAN. Ainda assim o PS teve exactamente mais 124395 votos do que em 2015, portanto longe de ser um vitoria excepcional.

O PSD: Rui Rio, o homem que parte para as eleições com o discurso do “não quero perder por muitos” supostamente conseguiu o objectivo, e mesmo com um certa tolerância por parte da comunicação social em relação ao resultado do seu partido achar que tudo vai ficar sossegado a nível interno é desconhecer completamente o partido a que preside.

O B.E: Um dos tais “vencedores da noite”, não, simplesmente não é verdade, porquê? Porque infelizmente para a classe politica a matemática é mesmo uma ciência exacta, pois o B.E. teve menos 57391 votos do que em 2015, e não é por Catarina Martins dizer que a direita teve uma derrota histórica e que o B.E. continua a terceira força politica, que este resultado se transforma miraculosamente numa vitória.

A CDU (PCP-PEV): Bom aqui para ser honesto quase nunca se perde, ou “foi evitada” a maioria absoluta do PS ou PSD e isso já por si só já é uma vitória, ou uma eventual quebra da direita também pode servir perfeitamente para uma aclamação sem sentido. Factualmente a CDU (PCP-PEV) perdeu cerca de 115000 votos desde 2015 e consequentemente 5 deputados, sendo que a sangria é sempre feita às custas do PEV, que chegou ao ridículo de ficar apenas com 1 representante na assembleia.

O CDS-PP: Aparentemente o única derrotada da noite Eleitoral foi Assunção Cristas que sem qualquer outra hipótese demitiu-se uma hora e meia depois das primeiras projecções, tal não foi a hecatombe, se é verdade que em 2015 o CDS-PP concorreu coligado com o PSD, juntos tiverem cerca de 2 milhões de votos e agora a soma dos 2 pouco passa de 1,6 milhões e o CDS-PP arca inevitavelmente com uma grande parte desta responsabilidade. Assunção Cristas percebeu ontem de uma maneira dura e cruel que o CDS-PP está em vias de extinção, e há muito tempo, Portas apenas foi atenuando isso.

O PAN: Alguém que realmente tenha razão em gritar vitória. O PAN e o seu líder André Silva souberam e de que maneira “surfar” esta recente gigantesca onda de paranóia ambiental generalizada resultando numa duplicação de votos e quadruplicação de deputados, ficando a milímetros de ser um partido interessante para António Costa “conversar”.

O CHEGA: O cliché do epifenómeno, André Ventura é o exemplar perfeito do mais básico populismo e demagogia…apostava num final rápido e estrondoso para o CHEGA já nas próximas legislativas.

A Iniciativa Liberal: Este sim a principal preocupação para o CDS-PP nos próximos anos, não, é claro que não é o PAN, não foi o PAN que sacou votos ao CDS-PP como é óbvio.

O Livre: Mas que bem jogada a cartada das minorias, a funcionar na perfeição, a minha pergunta é a seguinte: Rui Tavares como fundador do partido não seria a escolha óbvia para cabeça de lista? Ahhh não pertence a nenhuma minoria…pois então nunca poderia ser a escolha certa, enfim.

A Aliança: Santana Lopes teve aqui um sinal muito claro que, o que é demais também enjoa, acho que está mais do que na altura de perceber que chegou a hora de “abandonar”.

Destaque ainda para todos os outros partidos que já tinham concorrido em 2015, todos mas mesmo todos perderam votação.

Quer os votos nulos quer os votos brancos subiram e para se ter uma noção, nestas eleições os votos nulos chegariam para eleger 1,5 deputados e os brancos cerca de 3, os votos brancos e nulos conjugados superam a votação do CDS-PP, parece incrível e é.  




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