sábado, 14 de maio de 2022

The Tragedy of Macbeth (2021)

Joel Coen, ele que nos tem habituado a dividir os méritos de argumentista e realizador com o seu irmão Ethan em filmes como ‘The Ballad of Buster Scruggs’, ‘True Grit’, ‘Burn After Reading’, ‘Hail, Caesar!’, No Country For Old Men, o icónico ‘Fargo’ (1996) ou mesmo na fabulosa primeira temporada da série também ela intitulada ‘Fargo’, estreia-se a solo com ‘The Tragedy of Macbeth’. ‘The Tragedy of Macbeth’ é um filme que aparentemente apresenta várias novidades na sua concepção todavia todas elas acabam por deixar um travo a embuste. Começando desde logo pelos cenários minimalistas ao estilo de uma peça de teatro, embora tenha de admitir que este modelo tem alguma lógica e até acabou por funcionar neste filme em concreto ele não é novo pois já tinha sido utilizado quase de forma literal no controverso ‘Dogville’ de Lars von Trier, também o uso de linguagem teatral durante todo o filme acaba por também não ser original, pois já em ‘Romeo + Juliet’ (1996) houve uma consistente aposta neste mesmo formato comunicativo. Porém a grande falha criativa de ‘The Tragedy of Macbeth’ é precisamente o seu conceito pois a emblemática tragédia escrita pelo incontornável William Shakespeare é possivelmente a peça da sua obra que mais adaptações teve ao longo dos tempos, só para o cinema foram seis versões, a do italiano Mario Caserini (1908), a do Austríaco Richard Oswald (1921), a do Norte-Americano Orson Welles (1948), a do japonês Akira Kurosawa (1957), a do Polaco Roman Polanski (1971) e a do Australiano Justin Kurzel (2015). Apesar da qualidade do elenco encabeçado por Denzel Washington/Macbeth e Frances McDormand/Lady Macbeth e do excelente trabalho na componente visual do filme, ‘The Tragedy of Macbeth  acaba por ser um filme um pouco entediante, arcaico e abúlico. 

6/10

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